acusado de matar o filho recém-nascido em Londrina, no norte do Paraná. Trata-se da primeira audiência do caso, que está marcada para as 13h30.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o crime aconteceu em maio de 2017. A acusação diz que a criança foi morta por traumatismo craniano logo após o nascimento.
O corpo foi enrolado em uma toalha e guardado dentro de uma caixa de sapato em um armário, ainda de acordo com a denúncia.
Henrique Medina Sanches e Natalia Fuentes Leonel chegaram a ser presos em 6 de junho do ano passado e foram soltos em dezembro, após liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).
Audiência
A audiência será realizada na 1ª Vara Criminal de Londrina. Devem ser ouvidas testemunhas de acusação e de defesa nesta sexta.
Os réus, Henrique Medina Sanches e Natalia Fuentes Leonel, serão ouvidos em outra data, ainda não definida.
Ao fim desta primeira fase do julgamento, a juíza Elisabeth Kather vai decidir se o casal é inocente, se o processo pode ser arquivado mas reaberto a partir de novos indícios, ou se os dois serão julgados pelo Tribunal do Júri. Ainda não há prazo para essa decisão.
Relembre o caso
Fuentes procurou o hospital após o parto, em 7 de maio do ano passado, e reclamou de dores abdominais e sangramento. Aos médicos, ela disse que tinha sofrido um aborto espontâneo em casa, que o feto nasceu morto, e que estava grávida de quatro ou cinco meses, segundo a denúncia.
No entanto, foi constatado que a gestação estava em estágio avançado e, após muita insistência, ela pediu para o companheiro buscar o corpo da criança, que foi levado ao hospital enrolado em uma toalha e dentro de uma caixa de sapato, conforme a decisão da Justiça que determinou a prisão do casal.Henrique disse à polícia que não tinha conhecimento da gravidez. No entanto, a Justiça entendeu que, conforme conhecimento comum no meio médico, é difícil realizar um parto sozinho. Além disso, após o nascimento da criança, nenhum dos dois foi em busca de socorro médico, ainda de acordo com a Justiça.
Laudo
Em um laudo anexado ao processo em outubro de 2017, ao qual o G1 só teve acesso na quinta-feira (15), peritos respondem a questionamentos da defesa de Natalia Fuentes Leonel.
Conforme o documento, os defensores questionaram a prova da vida da criança. Os peritos alegam que um exame feito no sistema respiratório do cadáver comprovou que o bebê nasceu com vida.“Foi possível afirmar com a mais absoluta certeza que o recém-nascido da acusada nasceu vivo, ou seja, respirou ao nascer e foi a óbito em torno das 8:00 horas do dia 07/05/2017”, diz o laudo.
O mesmo documento apresenta respostas relacionadas à avaliação psiquiátrica de Natalia. Segundo o laudo, não houve episódio dissociativo durante o parto, que é um transtorno que pode levar à perda de memória e até a mudanças de personalidade.A defesa de Natalia chegou a pedir a impugnação do relatório de avaliação psiquiátrica da ré, além da nulidade dos laudos de verificação de aborto e do laudo de informações complementares. No entanto, todos os pedidos foram negados pela juíza Elisabeth Khater, em 30 de janeiro deste ano.
O que dizem as defesas
O advogado Walter Bittar, que defende Henrique Medina Sanches, informou que o cliente dele é inocente das acusações e isso será demonstrado no processo Bittar pontuou que há vários pontos da acusação que serão refutados por estarem equivocados, desde a perícia realizada no corpo do feto até do local dos fatos. “Há uma série de erros graves”, diz o advogado. A defesa de Sanches informou, ainda, que laudos particulares foram juntados ao processo, e que os documentos apresentam resultados diferentes dos apontados pelos laudos oficiais.O advogado Douglas Maranhão, responsável pela defesa de Natalia Fuentes Leonel, afirmou que só vai se manifestar no processo.
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